quarta-feira, 30 de março de 2011

Senninha e eu

Certa vez, cansada da vidinha de comer milho nas pracinhas de costume, aventurei-me por terras além Atlântico. Uma viagem não muito bem planejada, mas promissora. Empolgada, corria com afinco pelos pontos turísticos, tentando fazer daquele mapinha (bem porco) um GPS de papel. “Em 300 metros, pegue o acesso à direita”... Aí, lá ia eu, com um andar peculiar, para lá e para cá, virando o mapa para entender onde eu estava.Sim, eu sou daquele tipo de pássaro que não olha para frente e bate no poste. Gru gru gru....Pow! Ai!


Eis que, em um momento de lazer, bebericava uma boa bebida para pombos, também conhecida como cerveja de trigo, geladinha, quando minha mira se ajustou a um moço. No caso, o alvo era um italiano. Ele e toda a fama de bom amante que os ragazzi carregam consigo.


Ele jogou o milho de pipoca... Mentira. Jogou nada. Eu que olho e começo a fantasiar.


Penso na linda história de amor que eu poderia ter com o barman ou com o mocinho do café da manhã. Quando eu digo que a sirene vermelha não funciona, é verdade. Às vezes ela até toma a forma de amiga, para me ludibriar. Uma má influência para eu testar os limites da “normalidade”.

Quero quebrar os paradigmas. Quero mesmo é o mocinho com o cabelo estranho, parecendo um cachorrinho para eu apertar. Quero um romance eterno com o garçom que serve aqueles palitinhos de couvert. Enfim... às vezes eu viajo.

Mas vou no maior coração aberto, com sentimento puro, sem iludir nem brincar com o sentimento de ninguém. Posso ser um pouco mongol, mas sou verdadeira. Prontinha para bater com a cara no chão, como sempre.


Dessa vez não foi diferente. O moço não era muito bonito não, mas me encantou. Ainda mais depois de algumas cervejas, me encantava mais e mais. Esperava o mocinho até depois do trabalho para podermos sair por aí, desbravando a cidade turística. Rindo sem motivo pelas ruas amanhecendo.

No dia seguinte, quando o via, pensava de novo que ele não era mesmo bonito. Mas me acostumava. Não era feio feio feio, só lhe faltava o dom da simetria facial, digamos eufemisticamente...


Mas como ele me tratava bem. Aliás, perceberam que a gente fica feliz com um simples tratar bem. Estamos tão acostumadas a tomar na cabeça, com tanto desrespeito, falta de consideração e de sinceridade, que qualquer “tratar bem” parece bom. Sempre aquela é mais gostosa, bonita e interessante. Tirando a Paola Oliveira, meu amigo, não fico para trás não. Mentira.


Enfim, o moço me tratou muito bem. Os dias turísticos ao som dos sininhos das fadas da Disney se passaram e acabou rolando um episódio mais quente. Superamos a dopamina e fomos para o testosterona.


Tudo muito bem, muito bom, blusa para cá, blusa para lá (como diria a amiga Miss Madre), quando me levantei para pegar qualquer coisa que não lembro bem {hehehe ;) } e ouvi uma voz suave/tentando ser sexy seguida de uma piscadela: “Ei, amore mio”.


Quando olho para trás, o pavore mio estava pelado usando apenas um capacete amarelo. Sei que é difícil de imaginar. Mas a cena é simplesmente essa: pelado na cama, fazendo pose de malandro, com um capacete amarelo ovo que surgiu não sei de onde.


Gru gru gru gru... Só consegui ouvir os outros pombos caçoando de mim na janela.


Não tive reação. A última coisa que eu esperava era uma fantasia de Senninha naquele momento. Fiquei estática. Inconformada. Nem rir eu conseguia de tão esdrúxulo. O cara era bom... E eu brochei.

3 comentários:

  1. kuakukauakaukauakauakkk!!!! não consigo parar de rir!!!!! era pegadinha, fala a verdade, pomba!!!!! de onde um ser humano, em pelos, saca um capacete amarelo?!!! huahuahuahaua!!!! mtu boa!!!!!

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  2. Morri! Náo consigo chorar por isso, só gargalhar... É o que eu sempre digo: quando a coisa ta indo muito bem, fique atenta ã luz vermelha: algo há de foder com tudo

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  3. e eu achando que já tinha visto de um tudo!! hauhauahuahauhauahauhauahua

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